O 4º Congresso de Oftalmologia da UFG ocorreu 08 e 09 de junho de 2018 no Mercure Hotel Goiânia. Por meio de palestras, discussões de casos clínicos e mesas redondas, médicos especialistas e diversos profissionais puderam trocar experiências e disseminar o conhecimento.
O evento mais uma vez cumpriu o seu papel principal de fomento da atualização e promoção do debate científico, se destacando por abordar temas atuais da Oftalmologia de uma forma didática e acessível, com especialistas reconhecidos e respeitados nacional e internacionalmente, como o Dr. Kang Zhang, chefe da genética oftálmica, diretor fundador do Centro de Medicina Genômica, diretor do Centro de Biomateriais e Engenharia Tecidual da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, que palestrou sobre a evolução da inteligência artificial em tratamentos oftalmológicos.
Inteligência artificial na oftalmologia.
A inteligência artificial com a finalidade de diagnosticar patologias oftalmológicas tem uma de suas funcionalidades baseada na análise de imagens. “Exemplificando é como se o algoritmo decorasse milhares de imagens e aprendesse, após comparação dentro do banco de dados armazenado, a identificar anormalidades presentes em exames”, explica Zhang. O especialista ainda acrescenta que “nesse processo não há interferência humana. Isso possibilita que o programa diferencie resultados e, baseado neles, descubra qual é a doença do paciente analisado. A taxa de acertos do algoritmo em alguns testes foi superior ao de oftalmologistas considerados experts em retina”.
Para o presidente do 4º Congresso de Oftalmologia da UFG, José Beniz Neto, a oftalmologia goiana está um passo à frente no quesito inteligência artificial. “Pela primeira vez temos um evento no Brasil que destacou o assunto. Certamente os maiores beneficiados serão os pacientes de Goiás porque os oftalmologistas daqui estarão qualificados e atualizados com a nova tecnologia” ressalta.
Benefícios da inteligência artificial
Especialistas apontam que a logística de exames e consultas seria facilitada com o uso da inteligência artificial. “Com o uso da ajuda tecnológica o paciente não precisaria passar por várias consultas antes de obter o resultado final. Isso diminuiria muito os custos. Além disso, haveria redução de tratamentos desnecessários ocasionados por exames mal esclarecidos”, explica Zhang.
A evolução da inteligência artificial em tratamentos médicos está muito próxima. A expectativa dos pesquisadores é que no futuro a tecnologia seja a principal aliada da medicina desde a hora do diagnóstico de doenças até a decisão do tratamento mais adequado para cada uma delas.
Goiânia é capital brasileira pioneira em inteligência artificial
Como marco das pesquisas utilizando a inteligência artificial na medicina, foi lançada durante o 4º Congresso de Oftalmologia da UFG a Sociedade Brasileira de Inteligência Artificial em Oftalmologia (SBIAO). Marcos Ávila, professor, chefe do serviço de oftalmologia da UFG e idealizador do projeto, explica que este ato coloca Goiânia em posição de destaque. “Desde agora já temos aqui na capital especialistas trabalhando no primeiro projeto do Brasil de inteligência artificial voltado para a oftalmologia. Muito em breve essa tecnologia estará disponível em hospitais oftalmológicos do Centro-Oeste e posteriormente no restante do país. As bases de uma entidade específica para o assunto foram lançadas durante o congresso.” destaca.