Glaucoma
Conhecimento, técnicas avançadas no tratamento do glaucoma
Glaucoma
Principal causa de cegueira irreversível, o glaucoma é uma doença ocular praticamente sem sintomas, o que a torna difícil de ser detectada. Aos poucos, o nervo óptico se deteriora, provocando diminuição progressiva da visão periférica. Sem o tratamento adequado, pode ocasionar a perda total e definitiva da visão.
Existem três tipos de tratamento para o glaucoma: uso de colírios, aplicação de laser e cirurgia.
O QUE É GLAUCOMA
É uma doença ocular que representa uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo, atingindo uma em cada duzentas pessoas acima dos trinta e cinco anos de idade. Pessoas que possuem parentes com glaucoma têm maior chance de apresentar tal problema. É uma condição que pode levar à cegueira se não diagnosticada e tratada precocemente.
A doença age no nervo óptico, estrutura composta por milhares de fibras nervosas, responsável pela condução da imagem do olho até o cérebro. Na medida em que o glaucoma progride, maior número de fibras são lesadas, levando à gradativa perda de visão. Se todas as fibras forem lesadas, ocorre cegueira total e irreversível.
O glaucoma é uma doença silenciosa, na maioria das vezes sem dor, não havendo recuperação da visão perdida.
O campo visual diminui da periferia para o centro. Isso explica porque as pessoas com glaucoma avançado podem ter boa visão central, de detalhes, porém pouca ou nenhuma visão periférica, de campo lateral. E também porque o diagnóstico é feito, com frequência, tardiamente.
CAUSAS DO GLAUCOMA
Não existe uma causa única responsável pelo glaucoma, e sim, vários fatores de risco para a doença. O principal deles é a elevação da pressão intra-ocular, causada pelo excesso de humor aquoso dentro do olho, devido aumento de sua produção ou dificuldade em sua drenagem pela malha trabecular e canal de Schlemm. A pressão ocular elevada faz uma compressão excessiva no nervo óptico, lesando-o progressivamente, com dano às suas fibras.
TIPOS DO GLAUCOMA
Glaucoma de ângulo aberto – Neste o sistema de drenagem está aparentemente normal, porém mal funcionante. É a forma mais comum de glaucoma, inicialmente sem sintomas. O paciente não sente dor e perde lentamente a visão, percebendo sua perda quando o nervo óptico já está bastante lesado. Devido à ausência de sintomas, a melhor forma de diagnóstico desse tipo de glaucoma é o exame ocular periódico.
Glaucoma de ângulo fechado – Aqui o sistema de drenagem está obstruído devido ao fechamento do ângulo. É uma forma menos comum do glaucoma, mas igualmente grave. Neste caso, durante a crise aguda, o paciente apresenta fortes dores de cabeça e no olho, que chegam a provocar vômitos e redução da visão. Trata-se de uma emergência oftalmológica que pode levar à perda visual irreversível, parcial ou mesmo total, em questão de horas ou poucos dias.
Glaucoma congênito – Trata-se de uma má formação do sistema de drenagem do humor aquoso. É a modalidade de glaucoma encontrada nos recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida.
Os pais geralmente observam que a criança apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade e perda do brilho do olhar. Pode ocorrer em apenas um ou em ambos os olhos.
Glaucomas secundários - Em tais tipos de glaucoma o aumento da pressão intra-ocular pode ocorrer após doenças inflamatórias, catarata avançada, alterações pigmentares do olho, hemorragia ou obstrução de vasos intra-oculares e também após trauma ou cirurgias oculares. Outra importante causa de glaucoma secundário é o uso de colírios de corticóide por tempo prolongado, sem indicação ou acompanhamento do médico oftalmologista.
Diagnóstico do glaucoma
O diagnóstico do glaucoma é baseado fundamentalmente em três aspectos: Pressão Ocular, Nervo Óptico e Campo Visual.
Pressão intra-ocular – Pode variar entre os indivíduos, inclusive no decorrer do dia. Os valores considerados normais oscilam entre 10 e 20 mmHg.
Nervo óptico – Estrutura que pode ser afetada pelo aumento da pressão intra-ocular. A análise de seus detalhes, em exame de rotina, permite ao oftalmologista suspeitar de glaucoma.
Campo visual – Exame fundamental no diagnóstico do glaucoma, mostra quais áreas da visão estão afetadas devido à compressão do nervo óptico.
Alguns tipos de glaucoma necessitam de outros equipamentos ou exames para diagnóstico e acompanhamento da doença. Dentre eles destacam-se o perímetro de frequência dupla (FDT), o analisador de camadas de fibras nervosas (GDx), a tomografia de coerência óptica (OCT) e a biomicroscopia ultrassônica (UBM).
TIPOS DE TRATAMENTO
Há basicamente três tipos de tratamento para o glaucoma: colírios, aplicações de laser e cirurgias. Geralmente o tratamento inicial é à base de medicamentos, sejam eles colírios ou comprimidos. A finalidade principal é reduzir a pressão intra-ocular, assim protegendo o nervo óptico e, consequetemente, a visão do paciente.
Um dos procedimentos a laser para tratamento do glaucoma, a trabeculoplastia, aumenta a drenagem do humor aquoso, reduzindo a presssão intra-ocular. Nesse procedimento, o oftalmologista utiliza o laser para realizar pequenas queimaduras na rede trabecular e estimular o funcionamento do sistema de drenagem. Se o paciente tem risco de crise aguda de glaucoma, indica-se outro procedimento, a iridotomia a laser. Trata-se de abrir um pequeno orifício na parte mais periférica da íris, que permite livre circulação de humor aquoso da câmara posterior para a anterior.
Se o tratamento com colírios ou laser não apresentar resultados positivos, utiliza-se a cirurgia, sendo a mais comum denominada trabeculectomia. Após a cirurgia, o paciente pode observar uma pequena elevação na parte do globo ocular, com aspecto de uma bolha. O humor aquoso desloca-se para este novo compartimento, de onde é drenado.
Para os casos em que a pressão ocular não diminui com os tratamentos mencionados, existem outras alternativas cirúrgicas. Uma delas é a ciclofotocoagulação endoscópica com laser, procedimento moderno que vem crescendo muito como opção terapêutica. Além desta, ainda pode-se implantar uma válvula de drenagem dentro do olho, com a função de drenar o humor aquoso. Esses procedimentos podem ser realizados simultaneamente com a cirurgia da catarata, permitindo, ao mesmo tempo, controlar o glaucoma e eliminar a catarata.
PREVENÇÃO DO GLAUCOMA
Para a profilaxia do glaucoma, o ideal é a pessoa se submeter ao exame oftalmológico pelo menos uma vez ao ano, principalmente se já completou 40 anos de idade. Os fatores de risco para a doença são: pessoas com mais de 60 anos, história familiar de glaucoma, diabetes, miopia, hipertensão arterial, pacientes que já se submeteram à cirurgia prévia de glaucoma e pessoas de raça negra. Quem possui um ou mais destes fatores deverá ser acompanhado periodicamente, com freqüência determinada pelo oftalmologista.
Pacientes com glaucoma devem manter-se atentos, já que várias medicações possuem contra-indicações em suas bulas. Porém, a grande maioria delas refere apenas ao glaucoma de ângulo fechado.
Os exames oftalmológicos de rotina e os exames complementares permitirão a detecção e seguimento do glaucoma. Portadores desta doença, uma vez bem orientados e fiéis ao tratamento, podem evitar a perda irreversível da visão.
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